Custos são como unhas, corte com LEAN! Por Marco T. Bertolino

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Por Marco T. Bertolino

O título deste artigo não é nenhuma novidade, escutei isto de todos os chefes que já tive, temos que produzir mais, vender melhor, produzir com qualidade e reduzir custos sempre!

Por isso, ao longo da vida das empresas elas vão construindo e desenvolvendo metodologias e ferramentas justamente para ajudar nisto, e o Lean System é um nome novo para práticas antigas e quem vem se consagrando.

O Lean System é a expressão geral comumente utilizada para definir o conjunto de conceitos, práticas e ferramentas aprimoradas pela Toyota.

Alguns dizem desenvolvidas pela Toyota, particularmente eu não concordo, pois são praticas universais e que já eram difundidas, mas concordo que a Toyota a levou a um estado da arte, a usou ”ferramenta master” de suas operação de manufatura, e com isso, a popularizou com notoriedade mundo afora.

Apesar de nascer na manufatura, a aplicação do conjunto de conceitos, práticas e ferramentas que formam o Lean System vai além das “fronteiras” da manufaturam por isso, surge também a “Lean Enterprise“.

De uma forma ou outra, utilizar Lean requer uma postura comportamental e disciplinar, o que alguns chamam de “Lean Thinking“, afinal uma mentalidade enxuta leva a ações enxutas.

O Lean System é então o resultado da eliminação de sete tipos clássicos de desperdícios, que estão relacionadas diretamente com pessoas nas perdas por processamento, por movimentação e espera, com quantidades nas perdas por superprodução, de transporte e de estoque e com qualidade para evitar as perdas devido a não qualidade e retrabalho.

Três pontos devem ser as bases a serem focadas: pessoas em numero certo e com competência adequada, qualidade para fazer bem feito da primeira vez e quantidade certa na hora certa.

PERDA POR SUPERPRODUÇÃO:

  • Não produza em excesso, produza o que precisa, porque produzir além do programado ou por antecipação pode gerar perdas, uma vez que gerará estoques, aguardando a ocasião de serem consumidos ou processados por etapas posteriores.
  • Isto pode criar um incontável número de outros desperdícios, como por exemplo, área de estoque, deterioração de produto, custos de energia, manutenção de equipamentos, problemas operacionais e administrativos através de “estoques de segurança”.
  • A sugestão é que se produza somente o necessário no momento em que é necessário, para isso, que se reduzam os tempos de setup, sincronize a produção com a demanda, compacte o layout da fábrica.

PERDA POR TEMPO DE ESPERA:

  • tempo é dinheiro, não é mesmo? Este tipo de perda consiste no tempo em que nenhum processamento, transporte ou inspeção é executado.
  • existem perdas por espera no processo, quando ocorre falta ou atraso na matéria-prima e um lote fica aguardando a operação da máquina para iniciar sua produção; do lote,
  • ou quando peças já passaram por determinado processo e tem que esperar todas as outras peças do para poder seguir a próxima etapa;
  • ou do operador, quando o operário permanece ocioso, assistindo uma máquina em operação.
  • Para eliminar a perda por espera pode-se recorrer a ferramentas como a Troca Rápida de Ferramentas e a técnica Kanban para a sincronização da produção.

PERDA POR TRANSPORTE:

  • Tudo deve estar o mais próximo possível!

Exemplo são empresas com layouts Frankenstein porque foram crescendo sem planejamento e fazendo puxadinhos, geram voltas, geram confusão e deslocamentos desnecessários ou estoques temporários.

Este tipo de situação deve ser encarada como desperdícios de tempo e recursos, as atividades de transporte e movimentação devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo, através da elaboração de um arranjo físico adequado, que minimize as distâncias a serem percorridas.

Além disso, custos de transporte podem ser reduzidos se o material for entregue no local de uso na hora que deve ser usado.

PERDA POR PROCESSAMENTO:

  • Consiste em máquinas ou equipamentos usados de modo inadequado quanto à capacidade ou capabilidade de desempenhar uma operação.
  • Nesse sentido, torna-se importante a aplicação das metodologias de engenharia e análise de valor, que são importantes ferramentas para minimizar este desperdício, que não afeta as funções básicas do produto.
  • A ISO 9001 tem como base de sua estrutura de gestão a análise das organizações como processos, que devem ser mapeados, avaliados criteriosamente seus inputs e outputs, e então criado formas para medir, controlar e melhorar estes processos, e isto pode ajudar reduzir em perdas por processamento se for usado adequadamente.

PERDA POR MOVIMENTAÇÃO NAS OPERAÇÕES:

  • Esta perda acontece pela diferença entre trabalho e movimento. Relacionam-se aos movimentos desnecessários realizados pelos operadores na execução de uma operação.
  • Por exemplo, é a ação de quem realiza algum tipo de seleção ou procura peças sobre a bancada de trabalho, onde o bom uso de um programa 5S já ajudaria bastante.

As técnicas de tempos e métodos também são importantes para eliminar este desperdício.

  • A racionalização dos movimentos nas operações é obtida também através da automação de operações.

Porém, é necessário ressaltar que a mecanização de operações é recomendada depois de terem sido esgotadas todas as possibilidades de melhorias na movimentação do operário e nas rotinas das operações.

PERDA POR PRODUTOS DEFEITUOSOS OU RETRABALHO:

  • A perda por fabricação de produtos defeituosos é o resultado da geração de produtos com alguma característica de qualidade fora do especificado, e que por isso não satisfaça requisitos de uso.
  • Produzir produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, disponibilidade de mão de obra, disponibilidade de equipamentos, movimentação de materiais defeituosos, armazenagem de materiais defeituosos, inspeção de produtos, entre outros.
  • Aqui elementos que compõem sistemas de gestão da qualidade com base na ISO 9001 pode ser uma boa ideia, assim como o uso de ferramentas de gestão de riscos, ações para prevenção de defeitos.

PERDA POR ESTOQUE:

  • Estoque parado é dinheiro parado, sejam matérias primas, insumos, ou produtos acabados.

É o recurso financeiro aprisionado no sistema produtivo, e neste caso, ou o estoque foi comprado com capital de empréstimo, e, portanto, a cada dia incide alguns juros sobre ele, ou com capital próprio o que é mais raro, e que poderia estar gerando resultado financeiro em investimentos com payback. Também significam desperdícios de espaço.

  • Mais se lembre do bom senso, o combate às perdas por estoque torna-se uma barreira a partir do momento que é considerado uma vantagem, quando se trata de aliviar os problemas de sincronia entre os processos, então se deve ter o mínimo estoque, mas sem comprometer outras operações.
  • A redução dos desperdícios de estoque deve ser feita através da eliminação das causas que geram a necessidade de manter estoques, o que parece bastante óbvio.

Isto pode ser feito reduzindo-se os tempos de preparação de máquinas e os lead times de produção, sincronizando-se os fluxos de trabalho, tornando as máquinas confiáveis e garantindo a qualidade dos processos.

CONCLUSÃO

Por isso pense Lean, pense enxuto, e lembre que pensar enxuto é ter claro que tudo aquilo que não agrega valor ao produto deve ser eliminado.

Agrega valor o que é visto positivamente aos olhos do cliente ele topa pagar por isso; e todo desperdício apenas adiciona custo e tempo, e sempre é o sintoma e não a causa de um problema.


Sobre o autor:Sobre Marco T Bertolino

 

 

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