Matriz de Características no PFMEA AIAG VDA

Por  Gregório Suarez   

Introdução

Um ponto crítico ao realizar um PFMEA AIAG VDA é a 3º Passo: Análise de Função, em especial análise da função da etapa do processo.

Neste ponto focal descreve-se a função/utilidade de uma etapa do processo, cuja negação indica diretamente o que pode acontecer para gerar uma falha no processo.

Usualmente, essa definição é muito genérica e dificulta muito buscar os potenciais modos de falha.

A questão fundamental é descobrir, em detalhe,

A ferramenta adequada para isso é a Matriz de Características.

A Matriz de Características apresenta uma visão analítica da cadeia de eventos ou componentes que geram um resultado final. Isso possui as mais diversas aplicações.

Atenção, uma Matriz de Características não deve ser compartilhado para fora da organização, pois seu conteúdo possui informações confidenciais sobre o processo e produto em estudo.

Neste caso possibilita o mapeamento da relação entre um produto e seu processo, com base nas:

  • características do produto que atendem especificações do produto final
  • etapas de processos que produzem as características do produto final

Esse mapeamento específico acontece nas seguintes etapas:

1. desenhar uma matriz onde na 1ª coluna são apresentadas as características do produto e nas seguintes colunas aparecem as etapas do processo de fabricação do produto.

Para isso deve-se verificar os desenhos de engenharia, normas e outras especificações cabíveis ao caso.

2. inserir uma linha para cada característica do produto a controlar

Atenção, essa lista não precisa, e não poderia, ser exaustiva mas abranger as principais características do produto. Em especial, as características críticas.

Numa etapa posterior ficará evidente se houve exagero ou se faltam características.

3. definir a relação entre uma etapa e a característica de produto que gera

De um lado temos uma lista completa das características de produto apresentados na 1ª coluna.

Então com base no fluxograma de processo devemos identificar qual etapa de processo produz cada característica.

Por óbvio, o fluxograma de processo é um documento formal de Engenharia e deve ser completo e atualizado para a realidade do processo de fabricação.

Nessa etapa verificamos como cada uma das células interage com as colunas das “Etapas do Processo”, para em seguida, criar uma definição de função de substantivo mensurável por verbo ativo em cada célula que inclui uma interação.

Em cada intersecção “linha x coluna” deve-se registrar a atividade realizada nessa operação para produzir essa característica do produto.

Cada coluna deve ter pelo menos uma célula ativa com uma função exclusiva.

Deste modo temos uma visualização de onde características são criadas.

Pensando na realização de um PFMEA, podemos investigar as funções que são afetadas em cada etapa do processo.

Lembre-se cada característica do produto atende uma função do produto resultante deste processo.

Atenção, se não se consegue encontrar ou definir qual etapa de processo produz uma característica, então ela não é importante.

4. Incluir na 1ª coluna as características e parâmetros de processo e completar as intersecções

Conforme a complexidade do produto/processo torna-se necessário detalhar aquelas características do produto, adicionando mais linhas para apresentar as características e parâmetros de processo.

Além disso, completar com as atividades das etapas que produzem essas características.

Fica claro que passamos do nível de detalhe bruto no mapeamento para um nível de detalhe mais fino necessário para realizar uma análise mais profunda.

Evidentemente encontramos muito mais funções para considerar no PFMEA do que se fossem deduzidas por meio de brainstorming.

Atenção, se existe uma etapa da operação que não gera nenhuma característica de produto ou característica/parâmetro de processo, então está faltando uma característica.

5. Incluir valores das características

Normalmente é interessante incluir as especificações das características apresentadas na coluna de características e mesmo sua classe.

6. Avaliar se a análise é suficiente

Para concluir, devemos avaliar se essa análise foi suficiente.

Para decidir se a lista de funções é profunda suficientemente, faça estas perguntas:

Se você se sentir confortável com isso, a matriz está completa.

Em alguns casos é interessante detalhar o nível de fabricação por operação.

Um exemplo!

Conclusão

Assim conseguimos deduzir funções para a realização de um PFMEA AIAG VDA usando uma Matriz de Características.

Se isso parecer muito esforço, você só precisa fazer isso uma ou duas vezes e verá que é fácil de fazer e não leva muito tempo para terminar.

Atenção, evidentemente pode-se incluir nessa matriz algumas outras colunas com mais informações. Entretanto, não recomendo isso já que podemos transformar uma boa e prática ferramenta em algo complexo e caro demais.

Mais importante, agora você terá uma maneira de realizar um PFMEA AIAG VDA muito robusto e com a certeza de um trabalho correto e abrangente.

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Sobre o autor:  Gregório Suarez   https://br.linkedin.com/in/gregoriosuarez

Gregório Suarez é Professor e Consultor em Qualidade e Gestão de Serviços da RONIN Consultoria em Curitiba (PR-Brasil).

Coordena o Blog Quality Road: https://qualityway.wordpress.com/, com acesso GRATUITO a mais de 500 artigos das áreas de Qualidade e Produtividade.

Engenheiro de Produção (POLI–USP), com MBA em Gestão de Empresas (PUC/PR), Pós-graduação em Organização Industrial (Fundação REFA), Examinador PNQ (1996/2000), Auditor IATF 16949 e ASES (Renault Nissan).

Especialista em Qualidade e Produtividade, com 35 anos de experiência em posições de gerencia da RENAULT NISSAN MITSUBISHI, FAURECIA, FIAT CNH, VOLVO, SIEMENS e DAIMLER BENZ.

Professor Universitário de Engenharia Industrial, Gestão Qualidade, Gestão Estratégica, Custos, Lean Thinking, ISO 9000, FMEA, CEP, Indústria 4.0, TPM e Supply Chain Management.

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Comunicação em inglês, francês e espanhol


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